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JUN
10
10 JUN 2013
SAÚDE
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“Hospital do Bairro”: o gigante que ressurge com PS Pediátrico
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Dia 8 de junho de 2013. Data em que um gigante ressurgiu em Botucatu. E o povo, que um dia chegou a perder a esperança de vê-lo em pé, e o abraçou quando foi preciso, estava lá para aplaudir e presenciar um momento histórico para a Cidade: a reabertura do Hospital do Bairro e inauguração do Pronto-Socorro Pediátrico “Profº Dr. Antonio de Padua Campana”.
 
A cerimônia foi acompanhada por centenas de populares, profissionais da saúde, ferroviários aposentados e autoridades públicas e políticas de Botucatu e região. Destaque para as presenças do prefeito de Botucatu, João Cury Neto; vice-prefeito Antonio Luiz Caldas Júnior; presidente da Câmara Municipal, Ednei Lázaro da Costa Carreira; subchefe da Casa Civil do Governo do Estado de São Paulo, Rubens Cury; deputado federal Milton Monti e o senador da república Aloysio Nunes Ferreira Filho.
 
O Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (HCFMB) da Unesp e Fundação para o Desenvolvimento Médico Hospitalar (Famesp), entidades parceiras na gestão do Hospital do Bairro, estiveram representados, respectivamente, pelo superintendente Emílio Carlos Curcelli e vice-diretor/presidente Dr. Antonio Rugolo Júnior.
 
Também estiveram representados no evento o secretário de Estado da Saúde, Giovanni Guido Cerri, através do coordenador de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos de Saúde da Secretaria Estadual de Saúde, Sérgio Müller; além da diretora de Faculdade de Medicina de Botucatu, Dra. Silvana Artioli Schellini, por meio da figura do vice-diretor, Prof. Dr. José Carlos Peraçoli.
 
A reabertura do Hospital do Bairro ainda contou com uma benção ecumênica, ministrada pelo vigário geral da Arquidiocese de Botucatu, monsenhor Edmilson José Zanin, e pela presidente do Conselho de Pastores de Botucatu, Ligia Minetto.
 
O tradicional hospital da Vila dos Lavradores encontrava-se fechado desde maio de 2011, quando a crise financeira da Associação Beneficente dos Hospitais Sorocabana (ABHS), com sede em São Paulo, afetou de vez a unidade de Botucatu, que foi forçada a fechar as portas e demitir funcionários.
 
Em agosto daquele mesmo ano, a Prefeitura de Botucatu comprou por R$ 1.100.000,00 o prédio do antigo Hospital Sorocabana, que passou por ampla reforma para modernização de suas instalações e também abrigar em seu térreo o Pronto Socorro Pediátrico “Profº Dr. Antonio de Padua Campana”. O investimento do Poder Público nesta obra foi de R$ 1.730.000,00, executada pela Construtora Mulotto.
 
Para a manutenção dos serviços do Hospital do Bairro e PS Pediátrico, a Prefeitura de Botucatu repassará à Famesp R$ 324 mil por mês: R$ 244 mil do Sistema Único de Saúde (SUS) e R$ 80 mil da própria Secretaria Municipal de Saúde. O acordo terá vigência de dois anos, podendo ser prorrogado por igual período.
 
PS Pediátrico: estrutura e referência 
A abertura do PS Pediátrico “Profº Dr. Antonio de Pádua Campana” será mais uma referência de serviço de urgência e emergência não apenas para Botucatu como também para as cidades da região. A previsão é poder atender entre 3,5 mil a 4 mil pacientes por mês.
 
O Pronto Socorro Pediátrico terá sete consultórios; entradas independentes para os casos de emergência e sala de espera para aproximadamente 100 pessoas; salas de procedimentos/enfermagem, observação e raio-x; corredores distintos para funcionários e pacientes (anti-sala); quartos para médicos plantonistas; cozinha; e sanitários adaptados.
 
Ele ainda contará com sete leitos de observação sob a supervisão do Departamento de Pediatria da FMB, que disponibilizará diariamente três médicos durante o dia e outros dois de plantão no período noturno. Os pacientes com quadros menos complexos serão atendidos no novo PS Pediátrico e os mais graves encaminhados ao Hospital das Clínicas.
 
Neste primeiro momento, além dos médicos pediatras, o corpo profissional será formado por: assistente social (1); nutricionista (1); enfermeiros (3); técnico de farmácia (1); auxiliares de enfermagem (7); técnicos de enfermagem (12); oficiais administrativos (5); escriturários (4); técnicos de raio-x (4); recepcionistas (4); técnico de manutenção (1); auxiliares de serviços gerais (8); auxiliar de escritório (1); e motorista (1). Todos são profissionais recontratados após a demissão pelo fechamento do antigo Hospital Sorocabana. A previsão é contratar nas próximas semanas outros profissionais, totalizando quase 60.
 
Mas o antigo Hospital Sorocabana não irá abrigar apenas um Pronto-Socorro Pediátrico. No andar superior, onde já funcionam a parte de oftalmologia, ultrassonografia e raio-x, haverá um posto de coleta de exames, 14 leitos de retaguarda pediátrica, além de outros serviços, que gradativamente serão reabertos à população.
 
Apesar da inauguração oficial ter sido no último sábado, o PS Pediátrico do Hospital do Bairro iniciará atendimento à população no dia 17 deste mês (segunda-feira), a partir das 7 horas. O motivo está atrelado a realização dos últimos testes dos aparelhos hospitalares.
 
Repercussão
Quem esteve presente no evento ficou impressionou com à estrutura implantada no Hospital do Bairro, que fortalece ainda mais o serviço de saúde pública oferecido em Botucatu.
 
“Toda essa rede de assistência à saúde que está se desenvolvendo no Município vem de encontro aos nossos anseios e que usemos esse palco [Hospital do Bairro] para a formação de novos profissionais com grande qualidade”, atentou o vice-diretor da FMB, Prof. Dr. José Carlos Peraçoli.
 
“A Famesp tem mais de 30 anos e está atuando em parceria em 14 unidades de saúde pelo Estado. Essa [Hospital do Bairro] é a 15 ª unidade. Então é um orgulho muito grande. Para mim é um orgulho ainda maior porque sou pediatra, e por ver um Pronto-Socorro desta qualidade, com uma área física extremamente moderna e totalmente equipado aqui em nossa Cidade”, discursou o vice- diretor/presidente da Famesp, Dr. Antonio Rugolo Júnior.
 
“Queria agradecer o esforço dos funcionários da Famesp, Prefeitura e HC que se empenharam nesta última semana para deixar este hospital do jeito que está. Com este time fazemos qualquer coisa e em qualquer lugar. Faremos agora um refinamento, checando todos os equipamentos. E dia 17 próximo estaremos apostos para atendimento da população, o que representará um grande salto na assistência à saúde”, disse o superintendente do HCFMB, Emílio Carlos Curcelli.
 
“Aquele abraço de dois anos atrás se concretiza hoje com a entrega deste hospital, com a inauguração do único Pronto-Socorro Pediátrico da região. Hoje, as mães e pais tem que se dirigir até o Pronto-Socorro do Hospital das Clínicas [distrito de Rubião Júnior]. Dependendo de onde essa pessoa mora na Cidade são mais de dez quilômetros de deslocamento, sem falar na dificuldade no período noturno, quando o transporte público é mais escasso. Agora esse PS aqui dentro do Município, com acessibilidade para o atendimento pediátrico de urgência e emergência, é algo imensurável para essas famílias”, comenta o secretário municipal de Saúde, Claudio Lucas Miranda.
 
“Sabíamos que um problema desta complexidade, que se arrastava por duas décadas, não resolveria num passe de mágica. Por isso agradecemos à direção da Faculdade de Medicina, ao HC, a Famesp, a Fundação UNI, instituições que desde o primeiro momento abraçaram a causa de salvar o hospital. Nem plantas deste prédio tínhamos. Em um ano e quatro meses foi feito um projeto executivo, licitação e uma obra desta envergadura. Neste período, muitos têm dificuldade de reformar a própria casa. Lembro apenas que Deus fez o mundo em seis dias porque não tinha gente torcendo contra. A reabertura do Hospital do Bairro só foi possível porque mais de 95% da população de Botucatu é gente de bem”, afirma o vice-prefeito Antonio Luiz Caldas Júnior.
 
“A saúde é o tema mais importante e o mais debatido. E o que está sendo feito aqui em Botucatu é exemplo não só para São Paulo, para o Brasil, em termos de atendimento de saúde”, exaltou o deputado federal Milton Monti.
 
“Eu cheguei a trabalhar para o hospital Sorocabana em São Paulo, como advogado. Eu vivi o início de uma longa, lenta e dolorosa agonia. Aí surge um ato de responsabilidade do prefeito [de Botucatu] e sua equipe. A Prefeitura não gerou a crise do hospital, mas o prefeito se considerou responsável. Agora não há mais dúvidas de quem é este hospital. É do povo de Botucatu e região que terá aqui um sistema nos moldes preconizados pelo Sistema Único de Saúde, hierarquizado, com responsabilidades definidas e, principalmente, eficiência”, argumentou o senador Aloysio Nunes.
 
O prefeito de Botucatu, João Cury Neto, em seu discurso, lembrou dos obstáculos enfrentados para a reabertura do hospital, pediu desculpas pela demora, mas afirmou que ao final tudo valeu a pena.
 
“Há mais de dez anos esse hospital gritava por socorro. Mas infelizmente as pessoas insistiam em lavar as mãos por que diziam frequentemente: ‘isso não é problema nosso’. Mas se fecha um hospital na Cidade é problema do povo, e se é problema do povo é problema do prefeito. Assim começamos a articulação dos parceiros necessários para que pudéssemos colocar esse hospital de pé. E neste dia 8 de junho começamos uma nova realidade. Quando desapropriamos esse hospital tínhamos o compromisso de reabri-lo, entregar principalmente à população que não tem condição de ter um plano de saúde particular, além de salvar os empregos dos antigos funcionários. E nada como entregar esse hospital ao seu verdadeiro dono: o povo de Botucatu”, enalteceu.
 
“Quero aqui pedir desculpas porque se demorou só tem um culpado: eu. Prefiro ser cobrado por ter demorado cinco meses e entregar algo a altura do povo de Botucatu do que em dezembro do ano passado ter entregado algo que não estava com a estrutura adequada. Infelizmente tiveram pessoas que mentiram e pregaram a desesperança à população, dizendo que este hospital não iria abrir. São pessoas que eu costumo dizer, torcem para o jacaré no filme do Tarzan. É uma pequena parcela, mas tem. Para eles, eu lamento informar: o Tarzan venceu. O Hospital do Bairro agora é nosso”, finalizou o prefeito de forma emocionada.
 
Histórico: construção, crise e solução
Em 1949 começou a construção do Hospital Regional da Associação Beneficente dos Hospitais Sorocabana. Com projeto do arquiteto João Cacciola, o hospital foi levantado em um terreno doado pela família Barbosa de Barros, medindo 80 por 80 metros e estimado em 6 milhões de cruzeiros. Parte dos recursos foi doada pelo governo do Estado.  Outra parte sairia da contribuição dos ferroviários.
 
Em 23 de agosto daquele ano veio a Botucatu uma comissão, liderada pelo diretor da Estrada de Ferro Sorocabana (EFS), Acrísio Paes Cruz. Pretendia acertar detalhes da construção e aproveitar para anunciar a chegada de uma maquete, que ficaria exposta numa das dependências da Estação Ferroviária, mostrando a beleza e a modernidade do edifício.
 
O projeto previa a instalação de cem leitos, duas salas para cirurgias, obstetrícia, maternidade, gabinete dentário e farmácia. E mais. Com o novo hospital, o ambulatório da Caixa de Aposentadorias e Pensões seria grandemente aumentado com novos setores de raio-x, laboratórios, entre outros.
 
Ao final da visita revelou que o hospital ficaria pronto em 20 meses. Não ficou. Assim, algum tempo depois, sob insistentes pedidos dos ferroviários locais, o governo do Estado resolveu comprar a Casa de Saúde Nossa Senhora Menina, que vinha funcionando na Avenida Santana, onde hoje se encontra a sede do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e o Espaço Saúde Profª Cecília Magaldi. Foi ali que começou a funcionar o Hospital dos Ferroviários.
 
Somente em julho de 1956, quase dez anos depois de iniciada a construção, o Hospital Regional Sorocabana anunciava pela imprensa local que já estava atendendo no seu novo prédio, na Vila dos Lavradores. A nota de agradecimento, colocando as novas instalações à disposição, foi assinada pelo diretor clínico Dr. Darwin do Amaral Viegas.
 
O antigo Hospital Sorocabana, assim conhecido pelos moradores da Vila dos Lavradores, desde o fim da década de 80 apresentava dificuldades operacionais. Anos se passaram, as dívidas da ABHS se acumulavam, e o hospital agonizava por socorro. A partir do ano 2000, em plena virada de século, momento em que se esperavam tempos modernos, cartazes indicavam a pré-história: faltavam-se médicos.
 
Apesar de um maior investimento feito pela Prefeitura, que de 2009 a 2011, aumentou de R$ 85 mil para R$ 240 mil os repasses mensais de custeio do setor de pronto-socorro, a unidade hospitalar foi obrigada a fechar e demitir funcionários.
 
A partir daí a Prefeitura de Botucatu iniciou uma extensa e burocrática iniciativa para salvar o Hospital do Bairro. Além de desapropriar e adquirir o imóvel ao Município, o prefeito João Cury Neto ainda se comprometeu junto ao Ministério Público do Trabalho, através de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), de que os mais de 100 ex-funcionários seriam reconvocados a trabalhar assim que o Poder Público encontrasse uma alternativa para a reabertura do Hospital do Bairro.
 
Em meio a esse processo, a Prefeitura articulou em conversas com a Famesp e Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu o melhor modelo de gestão e possíveis adaptações para a reabertura do antigo Sorocabana.
 
Serviço
Hospital do Bairro / Pronto Socorro Pediátrico “Profº Dr. Antonio de Pádua Campana”
Praça Alexandre Fleming, 11 – Vila dos Lavradores

 

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