A Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana informa, por meio da Resolução nº 2/2014 que será publicada no Semanário Oficial nesta sexta-feira (31), que o reajuste da tarifa do transporte coletivo em Botucatu entrará em vigor a partir do próximo domingo (2 de fevereiro). O valor da passagem passará de R$ 2,65 para R$ 2,80. O reajuste foi definido após estudos técnicos e uma série de discussões entre o Conselho Municipal do Transporte Coletivo (CMTC), representantes das empresas de ônibus e da Prefeitura.
O CMTC é composto por munícipes (usuários, idosos, estudantes e pessoas com deficiência); representantes das empresas de ônibus e funcionários de órgãos públicos. No modelo tarifário adotado para o reajuste, que é pautado na Lei Municipal nº 782 de 2010, os percentuais possuem um peso classificado da seguinte maneira: mão de obra (49,55%); peças e equipamentos (27,05%); e combustível (23,4%).
Os principais fatores que contribuíram para definir o patamar de aumento da tarifa foram: aquisição de quatro novos veículos, sendo um pela empresa Stadtbus e três pela Viação São Dimas; necessidade de criação de linhas em 2014 que atendam novos locais, como o Shopping Botucatu, o futuro Hospital Regional (ao lado do CAIS Cantídio de Moura Campos) e o Residencial Caimã, em Rubião Júnior; aumento do preço de combustível; valorização da mão de obra que tem como consequência um aumento previsto de 10% para o mês de maio sobre os salários dos cobradores e motoristas; além do aumento de 3% dos gastos com peças e equipamentos.
O combustível utilizado anteriormente era o Diesel normal. Porém, devido às causas de impactos ambientais, o mesmo foi alterado para o Diesel S-10, desenvolvido especialmente para atender aos modernos motores a diesel com sistema de tratamento dos gases de escape. Esse produto diminui a emissão de material particulado e reduz a emissão de fumaça branca.
O último reajuste da tarifa de transporte coletivo em Botucatu aconteceu em fevereiro de 2013, depois de um período de 18 meses sem aumento. Na ocasião o valor da passagem passou de R$ 2,35 para R$ 2,65.
O que diz a Resolução nº 2/2014 - Valor fixado para tarifa para linhas do sistema regular (que atendem os bairros), Unesp (que atendem os bairros para a Unesp) e especial (que atendem os distritos e bairros fora do perímetro urbano): R$ 2,80.
- Estudantes, guardas miriins e idosos entre 60 e 65 anos pagam o valor de meia tarifa (R$ 1,40).
-Ficam isentos de pagamento de tarifa idosos com 65 anos ou mais; pessoas com deficiência (devidamente cadastrada) e os carteiros (quando em serviço).
- Todos os usuários pagantes do sistema ficam isentos do pagamento da segunda tarifa na realização de integração entre linhas.
- Durante o período de 30 dias será mantida a tarifa de R$ 2,65 para os usuários que possuírem créditos em seus cartões.
- A resolução entra em vigor a partir do dia 2 de fevereiro de 2014.
Evolução e melhorias - O novo sistema de transporte coletivo, implantado pela administração municipal em março de 2012, colocou fim ao monopólio existente no setor há quase 30 anos. A divisão da cidade em dois lotes, que passaram a ser operados por duas empresas diferentes, tem resultado em uma série de mudanças que gradualmente tem garantido maior eficiência, ampliação da oferta de linhas e horários e mais conforto aos usuários.
O crescimento natural da cidade combinado com a falta de grandes investimentos fizeram com que o sistema de transporte coletivo praticamente entrasse em colapso. Antes do processo licitatório aberto em 2010, grande parte da frota era composta por veículos velhos com idade média de 7,8 anos. Os ônibus não eram adaptados para atender pessoas com deficiência. O conjunto de linhas totalmente inadequado não atendia as necessidades de grande parte da população. E a quebra de veículos era praticamente diária, resultando em atrasos constantes.
Desde o fim do monopólio muitos avanços já foram conquistados. Hoje, as duas empresas responsáveis pelo transporte de passageiros operam com 55 ônibus novos. A idade média da frota caiu para apenas 2,4 anos, uma das mais baixas do Brasil. Além de gerar mais conforto aos usuários, essa melhoria diminuiu drasticamente as ocorrências de quebra de veículos, reduzindo os atrasos.
Outro grande benefício foi estender a integração para 100% das linhas sem cobrança de custo adicional para os passageiros, como ocorre em muitas cidades. A acessibilidade também melhorou já que hoje quase 100% da frota é adaptada para atender pessoas com deficiência.
A reorganização das linhas permitiu que novos bairros passassem a ser atendidos com transporte coletivo e novos itinerários ampliassem a oferta de ônibus em determinadas regiões, sem a necessidade de utilizar mais veículos, o que acaba pressionando a elevação do preço da tarifa. Podem ser citadas como exemplos as linhas que atendem o Residencial Santa Maria, Lageado e a linha Universitária. Outra novidade foi a implantação das linhas Combo (um carro cobrindo o outro) para manter a pontualidade nas partidas.
A licitação contribuiu também para um aporte extra de recursos para serem investidos em melhorias dentro do próprio sistema de transporte coletivo. A arrecadação mensal, resultante do pagamento de outorga feito pelas duas empresas, é de cerca de R$ 80 mil. Com esses recursos, por exemplo, a Prefeitura tem investido na compra e instalação de GPS para fiscalizar como está rodando cada ônibus.
Outra ação financiada com esse dinheiro é a compra de cinco mini-terminais que deverão estar instalados até abril deste ano. Ao mesmo tempo, a Prefeitura tem investido na manutenção dos abrigos de passageiros espalhados pela cidade. O objetivo é melhorar o conforto dos usuários enquanto esperam a chegada do ônibus. Também está em fase final de elaboração o anteprojeto de um grande terminal de passageiros que será construído na Rua Curuzu, ao lado do Centro Popular de Compras (Camelódromo).
O sistema de transporte coletivo de Botucatu atende, diariamente, 27 mil passageiros. Neste universo, 25% dos usuários contam com passe livre. Os ônibus percorrem todos os dias em torno de 13 mil quilômetros.
