Contadores regressivos, mais placas nas ruas, reforço nas pinturas de solo, mudanças de direção, e até espelho para ampliar a visão dos motoristas nos cruzamentos. Para a Secretaria Municipal de Transporte (Semutran) de Botucatu, todas essas ações somam para um trânsito mais seguro. Mas tudo isso ainda não supera um quesito bastante importante: a educação. Dados da Polícia Militar, do mês de junho deste ano, por exemplo, apontam 55 acidentes com vítima na Cidade. A maioria poderia ter sido evitada caso os condutores envolvidos tivessem respeitado regras básicas do trânsito ou seguido ações de prevenção, como o simples uso do cinto de segurança. Mas esses números que assombram todo o País não são reduzidos de uma hora para outra. Por isso, a Prefeitura de Botucatu investiu pouco mais de R$ 35 mil para a reforma de um galpão (antiga gráfica municipal) localizado na sede da Semutran. Com aproximadamente 150 m², o espaço conta com um mini circuito de trânsito voltado a atividades pedagógicas às crianças. “Estamos calculando receber por semana, cerca de 40 crianças, pelo menos. Junto com a Guarda Civil Municipal, através do Patrulha da Paz, a Polícia Militar, pelo JCC (Jovens Construindo a Cidadania), e as próprias escolas temos feito um trabalho educacional bastante intenso, e agora com a Escolinha de Trânsito deixaremos um legado para nossos futuros motoristas, que hoje já cobram atitudes positivas de seus pais no trânsito”, afirma o secretário municipal de Transporte, Vicente Ferraudo, que pretende inaugurar o espaço ainda este ano. Se essa rua fosse minha - A Escolinha de Trânsito de Botucatu complementa outro importante projeto que é realizado no Município desde 2010: “Se essa rua fosse minha”. Ele consiste na distribuição de materiais educativos, como livros, DVDs e jogos, produzidos pela Editora FAMA, além da capacitação de professores e alunos para a discussão de temas como educação, segurança e cidadania no trânsito. Na metodologia, as crianças funcionam como multiplicadores de informação entre pais e familiares, dentro da estratégia de desenvolver um comportamento mais solidário no trânsito. Neste ano, a Semutran novamente recebeu patrocínio da Funenseg (Escola Nacional de Seguros) no valor de R$ 40 mil para desenvolver o material com alunos dos 3º, 4º e 5º anos de Botucatu. Ao todo, de 2010 a 2012, o programa em Botucatu já envolveu mais de 10.000 alunos. A qualidade do programa chamou a atenção inclusive do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, que anunciou em setembro passado que o “Se essa rua fosse minha” também será testado nas cidades de Americana e Aparecida antes de ser expandido para todo o Estado. Na última quarta (10), representantes da Secretaria de Educação de Vitória (ES), estiveram em Botucatu a fim de conhecer o método empregado pela Secretaria Municipal de Transporte no desenvolvimento do programa “Se Essa Rua Fosse Minha”. A equipe, que veio acompanha pela diretora da editora Fama, visitou a EMEF “Antenor Serra” e a Escolinha de Trânsito. Segundo Ferraudo, o Município foi um dos pioneiros a ser contemplado com esse projeto, tendo se tornado referência na aplicação do mesmo. “Trata-se de um programa voltado para a educação no trânsito e construção da cidadania que, em parceria com a Secretaria de Educação, foi inserido na grade curricular das escolas municipais. A ideia é que eles aprendam a teoria em sala de aula e vivenciem a prática na Escolinha de Trânsito. Todas essas ações fizeram com que Botucatu se tornasse referência na implantação do ‘Se Essa Rua Fosse Minha’, e a equipe do Espírito Santo veio conferir como é feito o trabalho para, então, aplicar o projeto lá”, explica. Todos esses projetos só fortalecem o compromisso de Botucatu para um trânsito mais seguro. Em 2011, O Poder Público Municipal assinou o pacto mundial para a redução, nos próximos dez anos, em 50% do número de feridos e mortes causadas no trânsito instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU).