A Prefeitura Municipal, por meio da Secretaria de Assistência Social, promoveu nesta quinta-feira[10] o 1ª Encontro Municipal de Economia Solidária, voltado às entidades que desenvolvem projetos de geração de renda, reunindo 60 participantes em uma oficina ministrada pelo psicólogo Adalberto Sabino que trabalha com o tema há 15 anos.
A intenção do evento é despertar nos líderes de entidades as possibilidades que a economia solidária pode trazer, como redes de produção de bens, prestação de serviços, finanças solidárias, trocas, comércio justo e consumo solidário.
A representante do movimento dos trabalhadores cristãos, Remédius Fernandes conta que já teve várias experiências bem sucedidas com compra coletiva que exerce todos os princípios da economia solidária. “Por meio da compra coletiva era possível consumir com um preço mais em conta ”, relata Fernandes.
Para a secretária de Assistência Social Maria Della Coleta, esse é só o primeiro encontro. “Botucatu faz parte da rede nacional de economia solidária e isso só tende a crescer”,conta Coleta.
De acordo com médico e vereador José Eduardo Bittar, a ação da economia solidária junto ao poder público municipal vai ajudar as pessoas a recuperarem a convivência. “As pessoas vão poder retomar a capacidade de sobrevivência numa época que passamos com a falta de emprego formal”, afirma Bittar.
Em Botucatu
Conforme a Secretaria de Assistência Social, há cerca de 30 entidades botucatuenses que já atuam em sistemas semelhantes aos defendidos pela economia solidária. Uma destas é a Arte Convívio, em atividade há 14 anos, com oficinas voltadas aos portadores de transtornos mentais.
Segundo a direção da unidade são atendidas 36 pessoas nas oficinas de geração de renda, que incluem costura, mosaico e encadernação. Todos os produtos confeccionados são colocados à venda no próprio local, feiras de artesanato e no comércio botucatuense, com renda revertida para manutenção da oficina e repartida entre os alunos.
Uma das exigências é que os alunos participem ativamente das oficinas com carga horária estipulada. A coordenação da entidade ainda oferece orientações para que eles sejam responsáveis com horários, prazos, desperdício de material e administração da renda.
O resultado da prática é o retorno de muitas pessoas ao mercado de trabalho. Uma das usuárias, que sofre de esquizofrenia, se tornou vendedora das próprias peças e ainda aumentou o orçamento vendendo outros produtos.
A Cooperativa de Reciclagem é outro exemplo de união que fez a diferença. Segundo o presidente do órgão, Claudemir Rosa, antes da cooperativa, o rendimento médio dos catadores de recicláveis era de cerca de R$180 mensais. “Hoje conseguimos aumentar para R$ 500 nosso ganho, mas ainda falta muito”, diz o catador que irá participar do Encontro de Economia Solidária para aprender novas técnicas de geração de renda. A Cooperativa está em atividade desde 2004 e possui 35 cooperados.
Outro projeto botucatuense que já nasceu voltado para a prática foi o Criadores Solidários, lançado na última semana pelo Fundo Social de Solidariedade. De acordo com a Presidente Rachel Cury, o projeto será destinado para criação de oficinas de capacitação e auxílio para sistematização de projetos de economia solidária.
Fotos: Marcelino Dias
