A Campanha de Prevenção de Câncer Bucal será realizada nesse sábado [24] juntamente com a vacinação contra o vírus H1N1, em todos os locais, inclusive nos postos itinerantes. A Campanha ocorre pelo 6º ano e é organizado em todo o Estado pela Fundação Oncocentro do Estado de São Paulo [FOSP]. Se não for detectado de maneira precoce, o câncer bucal pode exigir tratamentos que vão da cirurgia [para a sua remoção] à radioterapia ou quimioterapia, e pode ser fatal.
Anualmente, o evento é realizado durante a Campanha de Vacinação do Idoso, exceto neste ano, uma vez que a mesma foi transferida para o período de 8 a 21 de maio, por problemas na entrega das vacinas pelo Instituto Butantan. No ano passado, 2 mil pessoas foram examinadas.
De acordo com o coordenador da Saúde Bucal, da Secretaria Municipal de Saúde, Francisco Marques, idosos precisam passar pelo exame em caráter preventivo. “O exame serve também como prevenção ao câncer bucal. Quando a pessoa quebra ou raspa o dente e ficam vestígios, lesões podem ser causadas, que futuramente podem se tornar câncer. Quem fuma e tem o hábito de consumir bebida alcoólica em excesso, também está sujeito ao câncer bucal, porque no cigarro há a nicotina e o alcatrão, ambos cancerígenos”, comenta.
O uso do tabaco é responsável por 80 a 90% das causas de câncer bucal. Mascar tabaco eleva em 50 vezes a chance de se tornar vítima da doença.
Câncer de Boca
O câncer de boca é uma denominação que inclui os cânceres de lábio e de cavidade oral [mucosa bucal, gengivas, palato duro, língua oral e assoalho da boca]. O câncer de lábio é mais freqüente em pessoas brancas, e registra maior ocorrência no lábio inferior em relação ao superior. O câncer em outras regiões da boca acomete principalmente tabagistas e os riscos aumentam quando o tabagista é também alcoólatra.
Fatores de Risco
Os fatores que podem levar ao câncer de boca são idade superior a 40 anos, vício de fumar cachimbos e cigarros, consumo de álcool, má higiene bucal e uso de próteses dentárias mal-ajustadas.
Sintomas
O principal sintoma deste tipo de câncer é o aparecimento de feridas na boca que não cicatrizam em uma semana. Outros sintomas são ulcerações superficiais, com menos de 2 cm de diâmetro, indolores [podendo sangrar ou não] e manchas esbranquiçadas ou avermelhadas nos lábios ou na mucosa bucal. Dificuldade para falar, mastigar e engolir, além de emagrecimento acentuado, dor e presença de linfadenomegalia cervical [caroço no pescoço] são sinais de câncer de boca em estágio avançado.
Prevenção e Diagnóstico Precoce
Pessoas com mais de 40 anos de idade, dentes fraturados, fumantes e portadores de próteses mal-ajustadas devem evitar o fumo e o álcool, promover a higiene bucal, ter os dentes tratados e fazer uma consulta odontológica de controle a cada ano. Outra recomendação é a manutenção de uma dieta saudável, rica em vegetais e frutas.
Para prevenir o câncer de lábio, deve-se evitar a exposição ao sol sem proteção [filtro solar e chapéu de aba longa]. O combate ao tabagismo é igualmente importante na prevenção deste tipo de câncer.
Exame Clínico da Boca
O exame rotineiro da boca feito por um profissional de saúde pode diagnosticar lesões no início, antes de se transformarem em câncer. Pessoas com mais de 40 anos que fumam e bebem devem estar mais atentas e ter sua boca examinada por profissional de saúde [dentista ou médico] pelo menos uma vez ao ano.
Tratamento
A cirurgia e/ou a radioterapia são, isolada ou associadamente, os métodos terapêuticos aplicáveis ao câncer de boca. Para lesões iniciais, tanto a cirurgia quanto a radioterapia tem bons resultados e sua indicação vai depender da localização do tumor e das alterações funcionais provocadas pelo tratamento [cura em 80% dos casos].
As lesões iniciais são aquelas restritas ao seu local de origem e que não apresentam disseminação para gânglios linfáticos do pescoço ou para órgãos à distância. Mesmo lesões iniciais da cavidade oral, principalmente aquelas localizadas na língua e/ou assoalho de boca, podem apresentar disseminação subclínica para os gânglios linfáticos cervicais em 10% a 20% dos casos. Portanto, nestes casos, pode ser indicado o tratamento cirúrgico ou radioterápico eletivo do pescoço.
Nas demais lesões, se operáveis, a cirurgia está indicada, independentemente da radioterapia. Quando existe linfonodomegalia