Na próxima segunda-feira [25] começa a Semana da Esquistossomose. Uma atividade complementar à vigilância de rotina, com finalidade divulgar a doença, suas formas de transmissão, prevenção e tratamento, bem como aumentar a captação precoce de casos [sintomáticos e assintomáticos]. A campanha vai até o dia 30.
A ação é dirigida a escolares e outros grupos populacionais de risco, como indivíduos que residem em áreas de coleções hídricas com caramujos da espécie transmissora da doença e com presença de contingentes migratórios.
Neste ano de 2009, a Semana da Esquistossomose tem como foco essa população de risco, bem como médicos e outros profissionais de saúde, objetivando uma mensagem de que embora a esquistossomose ainda exista e possa ser também adquirida no Estado de São Paulo, em lagoas e rios que abrigam os caramujos da espécie transmissora, é possível, com algumas ações organizadas, impedir essa transmissão, evitar casos e eliminar a doença autóctone.
Essas ações serão de caráter educativo, apoiadas pela assistência médica e laboratórios, que estarão atendendo nos postos de saúde, as pessoas que se expuseram ao risco, realizando ou agendando consultas e solicitando o exame parasitológico que permite o diagnóstico da doença.
Levando-se em conta a situação epidemiológica de nossa cidade, que em pesquisa realizada pela SUCEN com dados atualizados em 2009, ainda nos locais pesquisados, não encontrou caramujos, ficando programado para a campanha em nosso município as seguintes ações:
- Todas as Unidades Básicas de Saúde estarão realizando busca ativa nos pacientes que freqüentam a unidade para oferecer exame parasitológico de fezes e, se positivo, estar realizando o tratamento.
- Serão distribuídos através das Unidades de Saúde materiais de orientações sobre a doença, bem como potes para coleta de exames.
- Realização de atividade educativa e busca ativa de casos na Vila dos Pescadores, localizada na região da Unidade de Saúde da Família de Vitoriana.
O QUE É ESQUISTOSSOMOSE?
A esquistossomose mansônica, também conhecida como “xistose”, “xistosa”, “xistosomose”, “doença dos caramujos”, da “lagoa de coceira” ou “barriga d’água” é uma doença causada por um parasita denominado Schistosoma mansoni.
QUAL SUA IMPORTÂNCIA EM SAÚDE PÚBLICA?
É, ainda, uma doença de importância em saúde pública em todo o mundo, subnotificada, relacionada principalmente às baixas condições de vida e à falta ou deficiências no saneamento básico. Dados do Ministério da Saúde mostram que a esquistossomose causa, no Brasil, mais óbitos que a dengue, a leishmaniose visceral e a malária. Mais de 200 milhões de pessoas estão infectadas em todo o mundo.
COMO A DOENÇA SE TRANSMITE?
Sua transmissão depende da existência de determinados caramujos [de espécies como Biomphalaria glabrata, B. straminea e B. tenagophila ], em rios, lagoas, córregos, canais, represas, mangues ou outras coleções hídricas, contaminadas com despejo de esgoto sem tratamento. Os ovos do parasita, eliminados nas fezes do indivíduo contaminado, liberados na água transformam-se em larvas ciliadas [miracídios] que infectam o caramujo, e depois de 4 a 6 semanas abandonam o caramujo, na forma de cercárias, permanecendo nas águas.
O indivíduo quanto entra em contato com essas águas contaminadas, em atividades de lazer [para nadar ou tomar banho] ou de trabalho [lavouras irrigadas, hortas, arroz, etc.] adquire a doença, devido à penetração das cercárias pela pele. A doença aparece, em média, de 2 a 6 semanas após esse contato. Se o indivíduo não for tratado, permanecerá excretando ovos do parasita por muitos anos, constituindo-se também em importante fonte de transmissão em locais com saneamento básico deficiente e despejo de dejetos sem tratamento nas coleções hídricas.
QUAIS OS SINTOMAS DA DOENÇA?
Os primeiros sintomas podem passar despercebidos. Em geral, são intensa coceira e micropápulas avermelhadas, parecendo urticária. Depois podem aparecer sintomas que se confundem com o de várias outras doenças, surgindo febre, diarréia, dores musculares, etc.. De evolução prolongada e sem sintomas evidentes, a doença pode tornar-se grave, causando incapacitação quando órgãos como o intestino, o fígado, o baço, o pulmão, ou o sistema nervoso [pode causar paralisias] são afetados, chegando-se até o óbito.
O QUE FAZER QUANDO VOCÊ ACHA QUE PODE TER ADQUIRIDO A ESQUISTOSSOMOSE?
Procure o posto de saúde próximo de sua casa. Se você nadou ou entrou em contato com água com essas espécies de caramujos em regiões que tem a doença, independente de ter tido ou não sintomas, deve procurar a unidade de saúde para fazer a consulta médica e o exame parasitológico de fezes, ou outros exames complementares, e fazer o tratamento se indicado pelo médico. Explique para o médico que você pode ter se exposto à água contaminada e conte para ele em quais locais você se banhou ou nadou.
QUAL O TRATAMENTO PARA ESQUISTOSSOMOSE?
O tratamento da esquistossomose é feito com medicamento seguro e efetivo, o praziquantel, via oral, em dose única e será prescrito pelo médico quando os exames são positivos. O médico avaliará a dose adequada ao peso e idade da pessoa com esquistossomose, e se não há alguma contra-indicação. O remédio será fornecido gratuitamente pelo posto de saúde.
COMO SE PREVENIR DA ESQUISTOSSOMOSE
Não entre em rios, lagoas, córregos, etc., com águas poluídas e/ou com presença de caramujos. Antes de nadar ou banhar-se nessas águas, procure se informar junto aos órgãos de saúde do local se as mesmas são seguras, se não transmitem a esquistossomose. A Secretaria de Estado da Saúde, por meio do CVE, da SUCEN e órgãos governamentais responsáveis pelo meio ambiente, estará trabalhando junto aos municípios para sejam sinalizados os locais com risco de transmissão da doença.