A Dengue é uma doença infecciosa febril aguda causada por um arbovírus do gênero Flavivirus e contem 4 sorotipos (1, 2, 3 e 4). Cada pessoa pode ter os 4 sorotipos da doença, mas a infecção por um sorotipo gera imunidade permanente para ele. O transmissor (vetor) da dengue é o mosquito Aedes aegypti que se prolifera, principalmente, em água parada contida nos recipientes existentes nos imóveis.
Ao picar uma pessoa doente, o Aedes aegypti se infecta e, após o período de incubação que pode variar entre 8 e 11 dias, o mosquito está apto a transmitir o vírus ao picar uma pessoa sadia. No homem, o vírus pode ficar incubado entre 3 e 15 dias, mas geralmente os sintomas se manifestam entre 5 e 6 dias após a infecção. O período de viremia (quando o vírus está circulando no sangue) se inicia um dia antes do aparecimento dos primeiros sintomas e perdura até o quinto dia da doença. É durante o período de viremia que a pessoa doente pode transmitir o vírus ao ser picada pelo mosquito.
O Ministério da Saúde estabelece a Lista Nacional de Notificação Compulsória de doenças (http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/prc0004_03_10_2017.html), agravos e eventos de saúde pública nos serviços de saúde públicos e privados em todo o território nacional. A ocorrência de suspeita ou confirmação de eventos de saúde pública, doenças e agravos listados, de acordo com a portaria vigente (PRC n° 4, de 28 de setembro de 2017, Anexo 1 do Anexo V (Origem: PRT MS/GM 204/2016, Anexo 1), e/ou a notificação de surto, são de comunicação obrigatória à autoridade de saúde, realizada pelos médicos, profissionais de saúde ou responsáveis pelos estabelecimentos de saúde, públicos ou privados. É facultado a estados e municípios incluir outros problemas de saúde importantes em sua região.
Todo paciente que apresenta deslocamento para outros municípios com transmissão de dengue, no período entre 3 e 15 dias antes do aparecimento dos primeiros sintomas, tem o caso classificado como alóctone (importado). Ainda que a infecção tenha ocorrido fora do município de residência, durante o período de viremia o Aedes aegypti poderá se infectar e iniciar a transmissão da doença para outras pessoas num raio que pode chegar a 150 m².
Quando o paciente não apresenta deslocamento relevante no período entre 3 e 15 dias antes do aparecimento dos primeiros sintomas, o caso é classificado como autóctone, ou seja, a infecção ocorreu no município de residência. No município que não há circulação do vírus, sua introdução deverá ser atribuída a um caso alóctone.